A sonda Curiosity, da Nasa, encontrou evidências
perturbadoras de que teria existido vida no passado de Marte, mas os
cientistas alertaram nesta segunda-feira que ainda é muito cedo para
realizar as primeiras análises de solo coletado.
Os instrumentos de análises de amostras (SAM, em inglês) da Nasa têm
enviado informações à Terra enquanto busca compostos como metano,
hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, elementos químicos que compõem a
vida.
Os cientistas ficaram animados ao detectar compostos orgânicos simples
no solo coletado em uma duna, mas alertaram que os traços de carbono
poderiam ter sido transportados por meteoritos ou inclusive por
partículas que os instrumentos tocaram antes de partir da Terra.
"Eles esperam encontrar mais evidências de compostos orgânicos à medida
que a Curiosity avançar através das areias estéreis e carreadas pelo
vento de Rocknest rumo ao monte Sharp, em busca de um bom lugar para
começar a cavar mais fundo", acrescentou.
"Não é inesperado que esta pilha de areia não seja rica em matéria
orgânica. Tem sido exposta ao duro ambiente marciano", explicou Paul
Mahaffy, principal pesquisador encarregado dos instrumentos de análises
de amostras do Curiosity.
"Será uma busca excitante por ambientes remotos que possam estar
protegidos deste duro ambiente superficial", acrescentaram.
Os instrumentos capturaram imagens impressionantes da areia retirada da
duna, que um dos cientistas descreveu como mais áspera do que farinha e
mais fina do que açúcar.
O Curiosity também conseguiu analisar cristais e outros materiais
encontrados na areia. Ao aquecer as amostras, eles também conseguiram
detectar uma quantidade significativa de água na areia, junto com algum
dióxido de carbono, oxigênio e dióxido de enxofre.
"A sonda Curiosity é como um laboratório do CSI sobre rodas", comparou
Michael Meyer, principal cientista do Mars Exploration Program, da Nasa,
durante entrevista coletiva.
"Estes resultados oferecem uma visão sem precedentes da diversidade
química da área que é representativa do resto do planeta", acrescentou.
Cientistas não esperam que a Curiosity encontre homenzinhos verdes ou
criaturas vivas, mas contam em usá-lo para analisar o solo e as rochas
do planeta vermelho em busca de vestígios de que os compostos químicos
estão presentes e podem ter sustentado vida no passado.
O robô, de US$ 2,5 bilhões, que pousou na Cratera Gale em 6 de agosto,
também visa a estudar o meio ambiente marciano para preparar uma
possível missão ao planeta nos próximos anos. O presidente americano,
Barack Obama, prometeu enviar humanos a Marte até 2030.
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