“Viver
é ser outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se
sentiu: sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir - é lembrar
hoje o que se sentiu ontem, ser hoje o cadáver vivo do que ontem foi
a vida perdida.” Fernando Pessoa
O que mais me surpreende na vida é o modo como o tempo passa, as
coisas que temos como prioridades e que se esvaem, apodrecem e
enferrujam. O que menos me surpreende é sermos apegados tanto a isso
a ponto de alguns viverem em função de coisas que são simplesmente
vãs.
O melhor de tudo isso é que se analisarmos aprendemos a simples e
culminante diferença entre dar um presente e de dar um abraço, além
de compreendermos de forma clara que todos os objetos não compensam
um olhar sincero. Talvez o ponto chave seja quando você se deita em
seu sofá de olhos abertos e se sente o mais simplório ser, sem
objetivos ou metas. Você percebe a grande diferença em ser e
existir, um dos pontos para se existir é ter um passado, mas viver o
passado é aprisionar sua vida para que ela não cresça e apenas
regrida, ter uma pessoa com quem compartilhar estes problemas não é
simples, poder fazer a complexidade das coisas se tornar algo simples
o bastante para ser compreendido.
Vejo algumas pessoas tentando encontrar objetivos sem apoio algum,
vivendo como se o ontem baseasse o futuro a ser construído, e não
basta isso, ter um companheiro que te olhe com cara feia quando
tropeçar e o ajude a levantar sem se importar qual foi o motivo,
isso sim é importante. É de modo entranho que aprendemos que nem
todos os tropeços nos fazem sermos pessoas traumatizadas, e ter
alguém pra ajudar a tirar bom proveito dos erros é algo
maravilhoso.
Pablo Henrique Prancheski
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