quinta-feira, 22 de novembro de 2012

POEMAS INTENSOS (PARTE VII)

Intensidade (Verde)

Tudo mudou, o céu está escuro e as nuvens estão verdes

Como encontrarei as pessoas que amei

Quanto arrependimento ainda suportarei

Não vejo mais rostos amigos

Os milagres são intocáveis para mim



O verde da grama sumiu

As árvores secaram

O anticristo se exaltou acima do que era capaz

Mas nunca foi capaz de nada na verdade

Apenas de sua destruição



Os quatro cavaleiros vieram

As trombetas e os selos foram reais

Os anjos desceram para que se cumprissem as promessas

Alguns foram levados

Eu fiquei...



As páginas do livro que não pode ser nomeado ainda queimam em minha memória

Hoje apenas vejo letras verdes nas telas, códigos que não decifro

Códigos que mostram no que nós nos tornamos

Meras máquinas a mercê de sua própria ignorância

As letras e os números verdes nas telas onde minha face reflete o medo



Vejo-os vindo, os traidores da paz

Eles me agarram pelos braços por eu ainda ter meu livro inominável

Eu começo a lê-las, oro para que meu destino seja rápido

Para alcançar minha salvação eu preciso ser morto pelo que acredito

Mas sei que aquilo que acredito é o que me levará a eternidade



Eles amarram meus braços contra meu corpo

Eu vejo o anticristo ajoelhado virando a cruz de cabeça para baixo

Vejo a mulher de vermelho derretendo como fogo sobre os chifres

Vejo as letras verdes em grandes telas onde meu rosto é filmado como exemplo

Exemplo do que acontece com aqueles que ainda acreditam na Palavra, meu último suspiro

Epílogo:
O jovem morre

A Bíblia cai de seus braços depois de desamarrados, enquanto suas últimas palavras ressoam

O apocalipse é real

O verde das letras e do veneno terá lugar, para que o verde da esperança volte a existir

Autor: Pablo Henrique Prancheski

Um comentário:

  1. Que poema massa Pablão! Entrelaçado com o apocalípse, muita emoção na história narrada. Parabéns Rapaz!!!

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