quarta-feira, 18 de julho de 2012

Além do ontem

Viver é ser outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu: sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir - é lembrar hoje o que se sentiu ontem, ser hoje o cadáver vivo do que ontem foi a vida perdida.” Fernando Pessoa
O que mais me surpreende na vida é o modo como o tempo passa, as coisas que temos como prioridades e que se esvaem, apodrecem e enferrujam. O que menos me surpreende é sermos apegados tanto a isso a ponto de alguns viverem em função de coisas que são simplesmente vãs.
O melhor de tudo isso é que se analisarmos aprendemos a simples e culminante diferença entre dar um presente e de dar um abraço, além de compreendermos de forma clara que todos os objetos não compensam um olhar sincero. Talvez o ponto chave seja quando você se deita em seu sofá de olhos abertos e se sente o mais simplório ser, sem objetivos ou metas. Você percebe a grande diferença em ser e existir, um dos pontos para se existir é ter um passado, mas viver o passado é aprisionar sua vida para que ela não cresça e apenas regrida, ter uma pessoa com quem compartilhar estes problemas não é simples, poder fazer a complexidade das coisas se tornar algo simples o bastante para ser compreendido.
Vejo algumas pessoas tentando encontrar objetivos sem apoio algum, vivendo como se o ontem baseasse o futuro a ser construído, e não basta isso, ter um companheiro que te olhe com cara feia quando tropeçar e o ajude a levantar sem se importar qual foi o motivo, isso sim é importante. É de modo entranho que aprendemos que nem todos os tropeços nos fazem sermos pessoas traumatizadas, e ter alguém pra ajudar a tirar bom proveito dos erros é algo maravilhoso.
Pablo Henrique Prancheski

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