Em um assunto que sempre vem a tona, para provocar diversas discussões, sobre papiros que falam a cerca de Jesus ter se casado com Maria Madalena. E mesmo sabendo que tais documentos são falsos ou não remetem verdadeiramente ao Jesus que conhecemos, resolvi postar, pois vem sendo publicado em diversos sites a cerca disso, além de que é importante nos mantermos atualizados a cerca de assuntos tão polêmicos, para que não sejamos leigos diante de questionamentos que podem ser feito a nós:
Ontem (18/09/12), mais uma fraude
gnóstica celebrada por teólogos liberais militantes ganhou repercussão
na mídia internacional. Trata-se da divulgação de um papiro copta,
datado do quarto século d.C., que poderia estar sugerindo – como outras
obras gnósticas do segundo século – que Jesus foi casado.

Como afirma André Chevitarese,
professor do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, em matéria no site da revista Veja sobre a descoberta do
referido papiro, “usar esse fragmento para dizer que Jesus era casado é
sensacionalismo. Seria fazer algo parecido com o que Dan Brown fez em ‘O
Código Da Vinci’, onde usou trechos do Evangelho de Felipe em copta
para dizer que Jesus beijou Maria Madalena. De novo, esse evangelho diz
mais sobre as vivências dessa comunidade do que sobre o Jesus real”.
Karen Leigh King, 58 anos, é
discípula do teólogo da libertação norte-americano Harvey Cox,
propugnadora da teologia feminista nos EUA e membro do grupo Seminário
de Jesus, criado em 1985 tendo como objetivo desconstruir o Jesus da
Bíblia, defendendo que os Evangelhos devem ser vistos como cheios de
invenções sobre a vida de Jesus; que os milagres de Jesus nunca
ocorreram porque milagres não podem acontecer; que Jesus nunca
ressuscitou; que foi casado com Maria Madalena, com base nos evangelhos
gnósticos; que era filho de um adultério de Maria com um soldado romano;
e que os evangelhos gnósticos são mais importantes do que os relatos
canônicos. Ora, os evangelhos gnósticos são fraudes criadas pelos
gnósticos a partir do segundo século da Era Cristã para enganar os
cristãos, mas que foram denunciadas ainda em seu nascedouro por Pais da
Igreja, como o bispo Irineu de Lyon (130-202dC).
Mais recentemente, em 2004, os
militantes do Seminário de Jesus enfatizaram o chamado “Evangelho de
Judas”, outro texto gnóstico, escrito aproximadamente em 180 d.C., e que
é uma das fraudes gnósticas denunciadas nominalmente por Irineu em sua
clássica obra “Contra as Heresias”.
“Eles produzem uma dessas histórias
fictícias, a qual chamam de ‘Evangelho de Judas’”, escreveu Irineu no
segundo século d.C. Lembrando ainda que Irineu aprendeu aos pés de
Policarpo, que por sua vez foi discípulo direto do apóstolo João, um dos
doze apóstolos de Cristo.
Os gnósticos eram uma corrente
filosófica forte nos primeiros séculos da Era Cristã, mas que não tinha o
apoio nem do judaísmo nem do cristianismo. Suas crenças não têm base
bíblica, nem no Antigo nem no Novo Testamento. Essa seita
caracterizava-se por misturar os ensinos cristãos com filosofias pagãs e
tradições judaicas. Os apóstolos Paulo e João lutaram contra esse
movimento. Escrevendo sobre os gnósticos, Paulo afirma: “Tende cuidado
para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs
sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo
e não segundo Cristo” (Colossenses 2.8). O motivo de sua preocupação,
afirma ele, era “para que ninguém vos engane com palavras persuasivas”.
Os gnósticos são assim chamados
porque seu objetivo, segundo afirmavam, era a “gnosis”, isto é, o
conhecimento. Eles criam na salvação pelo conhecimento. Os gnósticos
adotavam conhecimentos místicos com forte influência da doutrina
pitagórica, do platonismo, do Culto de Mitras (mitraísmo) e até mesmo de
ensinamentos oriundos do Antigo Egito e da Mesopotâmia (zoroastrismo e
mazdeísmo).
Os gnósticos criam que o
conhecimento, que denominavam de “gnosis”, podia ser adquirido por meio
de transes, quando “o espírito fica livre para circular pelas diversas
esferas, assim como pelos sonhos”. Eles criam que o mundo material e o
corpo humano foram criados por espíritos inferiores ou até mesmo
diabólicos, por isso só a busca por uma sabedoria esotérica ajudaria
alguns a libertar-se da “escravidão do corpo”. Por isso, os gnósticos
criam que Jesus não era Deus feito carne, mas um espírito possuindo um
corpo.
Para sustentar seus ensinos e
ganhar apoio entre cristãos, os gnósticos escreveram algumas fraudes,
como o Evangelho de Maria, sobre Maria Madalena; e o Evangelho de Pedro,
todos rejeitados pela Igreja Primitiva. Eles tentavam vender esses
livros como escritos do primeiro século, quando, como se sabe, são obras
produzidas no segundo, terceiro e quarto séculos. Na época, quase
ninguém caiu nessa história, tendo essas fraudes e seus criadores sido
facilmente identificados ainda em seus dias, e suas criações sido
solenemente desprezadas pelos cristãos daquele período. Essas fraudes
sequer chegaram a ter uma pequena aceitação entre os cristãos.
Diferentemente desses evangelhos
apócrifos, confeccionados pelos gnósticos no segundo, terceiro e quarto
séculos, os quatro Evangelhos – Mateus, Marcos, Lucas e João – foram
escritos ainda no primeiro século, sendo que dois deles foram escritos
por dois dos 12 apóstolos de Cristo (caso de Mateus e João) e um outro
foi redigido conforme os relatos ditados pelo apóstolo Pedro (caso do
Evangelho de Marcos, o mais antigo dos quatro). Lembrando ainda que
quando os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas já circulavam, o apóstolo
João ainda era vivo. Por essa razão, esses foram os únicos Evangelhos
aceitos pela Igreja Primitiva como fidedignos. Irineu, de quem já
falamos (que aprendeu de Policarpo, que por sua vez aprendeu aos pés de
um dos quatro evangelistas – João), cita os quatro como os únicos
verdadeiros. Ele os chama, em sua obra “Contra as Heresias”, de
“Evangelho Tetramorphon”, ou seja, o Evangelho tetramórfico ou
quádruplo.
Por sua vez, Orígenes (185-254dC), o
mais destacado exegeta bíblico da Igreja Primitiva grega, afirmou que
Mateus, Marcos, João e Lucas eram os únicos Evangelhos verdadeiros e
escritos “pela inspiração do Espírito Santo”. Ele ainda acrescenta que
estes eram os únicos Evangelhos que, em sua época (o terceiro século),
eram aceitos por todos. Irineu afirmara o mesmo no segundo século.
O papiro em evidência hoje é só
mais uma tentativa da velha militância do liberalismo teológico de
tentar seduzir as pessoas incautas a não crerem no que a Bíblia diz.
Felizmente, será em vão, mais uma vez.
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